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Esses dias a Ana me mandou um link que ela achou característico (<3). Era da Cidade dos Bicos, um serviço em que qualquer pessoa pode oferecer um bico, um trabalho, por R$ 5 ou R$ 10. Eu entrei e, de cara, não entendi nada nem porque ela achou aquilo característico. Mas daí num outro dia, com mais tempo, entrei de novo e entendi tudo. Separei as melhores ofertas, que posto aqui, como sugestão de presente de fim de ano (é hora de amigo secreto, Natal e todo esse desespero, né?). As dicas ilustram uma breve brisa sobre presentes natalinos, a seguir:

O Natal está chegando e, com ele, a pressão por escolher presentes para as pesssoas queridas. Eu não passo mais por isso porque no meu mundo frequentado por pessoas racionais a gente espera passar o Natal e se presenteia depois, quando tudo está mais barato. Mas no mundo em geral é hora de escolher presentes. (Aliás, na minha modesta opinião, presente legal mesmo é aquele que vem do nada, do tipo vi, achei sua cara, comprei, não importa se é dia de trocar presentes.)

O melhor presente é aquele que demonstra para a pessoa que vai recebê-lo que você parou para pensar nela, que prestou atenção ao que ela diz ao longo de todo o ano. É aquele que mostra que você a conhece, que sabe do que ela está precisando, que reconhece o que ela deseja. Em suma, é aquele que mostra que você ama aquela pessoa. Sim, é para isso que trocamos presente, caso você tenha esquecido. E aí não é quanto ele custa ou de que marca, mas o quanto de pensamento e envolvimento tem na escolha daquele objeto. E é por isso que é tão difícil comprar presentes.

Levando essa ideia ao extremo, o ideal seria fazer os presentes em vez de comprá-los. Investir seu tempo, suas habilidades e sua energia na produção de algo único e exclusivo para aquela pessoa (não, não é para todo mundo virar costureiro ou sapateiro nos meses que precedem o Natal, mas versinhos, desenhos, docinhos... coisa que criança faz na escola para dar pros pais, sabe? Sim, eu sei, é meio hippie essa ideia, acho que é o espírito natalino, com todo esse papo de duendes e tal). Na falta de tempo, habilidade ou energia, compra-se o presente. Mas se tiver um tiquinho desses três, não custa nada fazer você mesmo um cartãozinho especial, né?

Um dos presentes mais legais que eu já ganhei na vida, lá se vão anos, foi uma caixa de CDs do Dorival Caymmi. A graça era que os CDs haviam sido comprados separadamente, e a caixa foi feita, sob medida, em homenagem à minha vontade de ser baiana. Outro presente especial, e esse não era nem pra mim, mas pro meu irmão, era o bolo de araruta que a tia Ana, uma tia-bisavó que morreu aos mais de 100 anos, levava, todos os anos, para ele. Ela ia a pé, com o bolinho de araruta na mão.

E eu que sempre detestei amigo secreto comecei a gostar da prática graças às regras do Link: no nosso amigo secreto, o presente é um pendrive de 4 GB com coisas gravadas especialmente para a pessoa que você tirou. Você faz a seleção, faz o download, escolhe um pendrive bem bonito e pronto. É um puta presente.

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