Home is where the heart is

O protagonista do filme para em um estacionamento, no meio do nada, onde há um bar. Ele entra no bar, tudo escuro, todos param de falar e olham para ele.
Um caubói, com o chapéu escondendo os olhos, sopra a fumaça do cigarro entre os dentes enquanto espera sua vez para dar uma tacada na mesa de sinuca, única coisa iluminada ali, ainda que o sol brilhe lá fora.
Da jukebox sai algum hit de Bruce Springsteen (embora na sua cabeça toque Bob Dylan ou Leonard Cohen). A bartender apóia a mão sobre o balcão e dispara, com o sotaque sulino: "O que você vai querer, babe"?
Ao protagonista só resta sentar ao balcão e tomar a cerveja local.
Em Atlanta, esse bar é o Lenny's, o chope, Sweet Water, a bartender, Suzanne, e o caubói me foi apresentado como ... Cowboy. E, bem, o protagonista, como não poderia deixar de ser, era eu.

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PS1: Essa é uma versão reeditada de um texto meu publicado em agosto de 2008 no caderno de Turismo da Folha. PS2: A primeira vez que fui ao Lenny's, achei que tinha encontrado meu lugar nessa Terra. Na segunda, tive certeza. Agora o Ray diz que tudo mudou e o Lenny's não é mais o mesmo. PS3: Meus eternos agradecimentos ao Ray por ter me levado lá.