O Sol nasce e se põe e nasce e se põe

Conversando com um amigo meu que vive o difícil momento do sonho da casa própria, veio à tona o tema olho-gordo. Ele disse que simplesmente não conseguia deixar de contar às pessoas sobre a compra. Mas a coisa começou a enrolar (compra de casa própria sempre enrola, mas a dele tá-que-tá). E ele começou a achar que era culpa de ter falado pra gente demais. Pra gente que poderia, agora, estar gorando.

Debatemos curtamente e chegamos à conclusão de que se ele contou, supondo, para 10 pessoas. Cinco podem estar gorando e cinco torcendo a favor. Uma neutralizaria o efeito da outra. E as coisas seguiriam, portanto, seu rumo natural.

Daí, plim!, eu lembrei de uma história de um outro amigo. Ele me contou faz um tempão, então ela já está toda meio romanceada, mas juro que a coisa era mais ou menos por aqui:

O menino se enfiou na selva do Acre para tomar daime, ayahuasca ou qualquer coisa do gênero. O barato do lugar em que ele tomou o lance é que tudo acontecia na beira de uma lagoa. No fim da tarde e na madrugadinha. Depois que todo mundo tomava o chá, dois pajés sentavam-se à beira do lago e começavam uma disputa. Um rezava para o Sol se pôr. O outro, para o Sol nascer.

Daí que no fim da tarde o Sol se punha, e um ganhava. E na madrugadinha, ele nascia, e o outro ganhava.

Moral da história: pode ter pajé torcendo para o lado que for, quando anoitece, o Sol desce. E quando amanhece, ele sobe.

PS: Muito obrigada a todos, especialmente à Fernanda, pela paciência durante essa pausa.

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